Em viagem ocorrida entre 23 de agosto a 5 de setembro, participando de missão técnica da ACAFE, uma imersão intensiva que se ocupou de visitas a Universidades, Colégios de Ensino Fundamental e Médio, Instituições de Pesquisa e organização da Educação, e Ecossistemas de Inovação de importantes países no contexto mundial, a Finlândia e a Suécia. Estes países são reconhecidas mundialmente por seus sistemas educacionais de excelência e ambientes propícios à inovação. Na Finlândia, a educação é baseada em princípios de confiança, autonomia e cooperação, com um currículo nacional flexível que permite adaptações locais. O estudante pode estudar no ensino médio escolhendo o ensino vocacional (técnico) preparatório para o mercado de trabalho. Importante também destacar que todo o docente de ensino básico possui nível de pós-graduação (Master). A valorização do docente é algo sensível, onde a importância dada ao professor é equivalente a outras profissões.

O sistema educacional finlandês investe 4% do PIB em educação, priorizando a qualificação docente e a autonomia das instituições. As universidades finlandesas se dividem em Universidades acadêmicas e Universidades de Ciências Aplicadas, focando em pesquisa e formação docente as primeiras, e um amplo relacionamento com o Mercado e desenvolvimento de inovação, no caso das aplicadas.

Reitor da Unochapecó Claudio Jacoski e o o presidente da Fundeste, Vincenzo Franceso Mastrogiacomo.                             Foto: Divulgação

Na Suécia, a educação básica é obrigatória e gratuita por 9 anos, seguida por um ensino médio opcional, também gratuito. O país investe 1,4% do PIB na educação superior, que é gratuita para os cidadãos. O sistema sueco adotou o Processo de Bolonha em 2007, alinhando-se aos padrões europeus, assim como a Finlândia. A graduação possui 03 anos e a pós-Graduação (Master) 2 anos, e o doutoramento com mais 4 anos. Nosso país poderia discutir um sistema que se equivalesse à Europa (Bolonha), pois a mobilidade na pós-graduação stricto sensu, apresenta-se como um problema com nosso sistema.

Ambos os países valorizam a inovação e o empreendedorismo. Na Finlândia, cerca de 4% dos graduados iniciam startups, enquanto a Suécia é conhecida por seu ecossistema de inovação, com destaque para empresas como Spotify e Ericsson, apenas para exemplificar, além de inúmeras empresas nascentes.

Os dois países têm sistemas de avaliação baseados na confiança e na responsabilidade. A Finlândia utiliza o Finnish Education Evaluation Centre (FINEEC) para avaliações independentes, enquanto a Suécia aplica o SweSAT como exame de admissão universitária.

A Finlândia que destaca-se na última década como a melhor educação do mundo segundo a OCDE, tem no conjunto de suas ações o destaque da Educação de Matemática e Línguas (no país fala-se finlandês, sueco e inglês). Ficou muito claro este foco como condição que dá um diferencial aos estudantes. A Suécia é o 2° país mais inovador do planeta segundo o Global Index – Índice de Inovação da Organização Mundial de Propriedade Industrial (Wipo) e a Finlândia ocupa a 6°colocação no mesmo ranking (o Brasil recentemente atingiu a posição 49 do mundo, bem atrás destes países). Na Finlândia inclusive se estuda questões para análise do futuro. Em nosso caso, (temos estudo de história (passada), nas nossas salas de aula), observa-se ter muito o que estudar no âmbito do futuro, projeto que tem a parceria da Unesco e é desenvolvido por temas em outros países de forma colaborativa. Na maioria das Instituições fomos recepcionados por brasileiros que estudam ou trabalham lá, cérebros que optaram seguir para outras oportunidades.

Finlândia e Suécia são exemplos de como investimento em educação, autonomia institucional e foco em inovação podem criar sociedades prósperas e economias baseadas no conhecimento, servindo de inspiração para outros países em desenvolvimento educacional e tecnológico.

 

Por: Prof. Dr. Claudio Jacoski

Reitor da Unochapecó